quinta-feira, agosto 25, 2005

O Homem Irracional

Cubram-no de todos os bens terrenos, mergulhem-no na felicidade com a cabeça imersa de modo a só umas bolhas rebentarem à superfície; dêem-lhe uma prosperidade económica tal que não tenha mais nada que fazer senão dormir, comer doces e tratar da continuidade ininterrupta da história universal - então ele, o homem, mesmo assim, só por ingratidão, por maldade, far-vos-á uma pulhice qualquer. Arriscará até os doces e desejará propositadamente o mais prejudicial dos absurdos, o mais antieconómico disparate, unicamente para misturar com toda essa sensatez positiva o seu nocivo elemento fantástico. Desejará conservar precisamente os seus sonhos fantásticos, a sua estupidez mais ordinária, unicamente para confirmar a si mesmo (como se fosse assim tão indispensável) que as pessoas continuam a ser pessoas e não teclas de piano em que sejam as próprias leis da natureza a tocar, mas prometendo tocar a tal ponto que se tornará já impossível desejar qualquer coisa para além do calendário.
Mais ainda: mesmo que o homem se tornasse realmente uma tecla de piano, mesmo que tal facto lhe fosse provado por meio das ciências naturais e da matemática, não ganharia juízo, mas faria, de propósito, qualquer coisa contra, apenas por ingratidão; só para continuar na sua! Lançará pelo mundo uma maldição, e como só o homem sabe amaldiçoar (é o privilégio dele, e o que mais o diferencia dos outros animais), e apenas com uma maldição conseguirá o que quer, ou seja, convencer-se-á que é homem e não uma tecla de piano! Se disserem que também isso pode ser calculado pela tábua - o caos, as trevas, a maldição - e que a própria possibilidade de cálculo prévio fará parar tudo, e a razão vencerá - então o homem tornar-se-á louco por essa ocasião, só para não ficar subjugado à razão e poder continuar na sua! Tenho fé nisso, assumo a responsabilidade por isso, porque todo o assunto humano consiste, na realidade, em o homem provar a si mesmo, a cada instante, que é um homem e não um pistão!

Fiodor Dostoievski, in 'Cadernos do Subterrâneo'

terça-feira, agosto 09, 2005

Férias



Vou mesmo de férias...finalmente

O Aparelho



  • O Aparelho Socialista

  • segunda-feira, agosto 08, 2005

    À Conquista do espaço

    Os Dino Politicos


  • Dino Politicos




  • quinta-feira, agosto 04, 2005

    Uma pessoa a cima de qualquer suspeita

    Fatima Felgueiras, uma personagem a cima de toda e qualquer suspeita (entenda-se o tom irónico) que FIGIU para o Brasil, prometeu voltar a Portugal, para estar presente no seu julgamento, para o qual continua a pugnar pela sua inocência, resta saber então porque fugiu, se tem tanta certeza da sua inocência, concerteza que terá tempo de explicar.

    "Como sempre disse e repeti, vou estar presente em julgamento para dar o meu contributo para o esclarecimento da verdade e a realização da Justiça", afirma Fátima Felgueiras num requerimento ao tribunal entregue hoje pelo seu advogado, Artur Marques.

    Só falta mesmo que esta personagem a cima de qualquer suspeita resolva candidatar-se à Câmara que deixou à dois anos, e que o partido socialista nada faça, aí sim seria a transparência, a credibilidade e a coerência politica no seu auge.

    Enfim é a política que vamos tendo neste rectângulo à beira mar plantado...

    quarta-feira, agosto 03, 2005

    Vergonha das vergonhas

    Este governo do partido socialista continua a sua saga triunfal, desta vez conseguiu criar um novo conceito de vergonha, ao qual a partir de agora se passará a chamar "VERGONHA DAS VERGONHAS". Perguntarão alguns o porquê desta afirmação, mas é evidente que a nomeação do pseudo - socialista Armando Vara, é mais que uma vergonha, ou seja a "vergonha das vergonhas".

    Mas não se pense que isto é por acaso, tudo tem um seguimento lógico e esta nomeação enquadra-se numa estratégia muito bem montada, então repare-se:

    1. Apresenta-se os projectos megalómanos da OTA e do TGV;
    2. O Ministro das Finanças apresenta criticas à prossecução destes projectos;
    3. A CGD diz que não apoia investimentos Estatais de grande dimensão como estes;
    4. O Ministro das Finanças demite-se supostamente por motivos pessoais (só acredita quem não anda por cá);
    5. É Nomeado novo Ministro das Finanças que é favorável aos projectos (como se alguém se pudesse admirar de tal coisa);
    6. É Demitida a Administração da CGD, supostamente por falta de confiança politica (é evidente que o motivo era o bloqueio aos 2 grandes projectos)
    7. É nomeada a nova administração entre os quais consta Armando Vara, o boy do PS, pelas supostas qualidades que possa ter (supõe-se que as mesmas que já tinha anteriormente), e para a missão de viabilizar os grandes projecto do primeiro ministro e do arrependido Mario Lino.

    Enfim a vergonha das vergonhas. Já não interessa a competência, a transparência, a coerência, apenas o alcançar de objectivos pessoais.

    Soares (Parte III)

    "Roseta: ninguém percebe «regresso» de Soares (actual.)

    A ex-deputada do PS Helena Roseta considerou esta quarta-feira que «ninguém consegue perceber» o que levou Mário Soares a ponderar uma eventual candidatura às presidenciais depois de ter dito «basta!».
    Num artigo divulgado no Público, intitulado «Vale tudo?», Helena Roseta afirma que a eventual candidatura do fundador do PS «gerou uma enorme perplexidade» e que «ninguém consegue perceber o que levou um homem como Mário Soares, a quem a democracia portuguesa tanto deve, a vir desdizer-se depois de ter dito publicamente: "basta"».
    A actual presidente da Ordem dos Arquitectos, que recorda ter sido apoiante de Mário Soares na sua primeira candidatura a Belém, pergunta: «O que fez virar Soares tão de repente?. Estaria já tudo tratado, enquanto publicamente ele dizia o contrário?».
    Helena Roseta afirma que «não é bom para a democracia que em 30 anos não se gerem novas alternativas» e que Mário Soares já foi por duas vezes presidente da República, pelo que devia deixar espaço a outros.
    «Sair a tempo, abrindo caminho a quem vem a seguir, é uma qualidade. Foi o que fez Cunhal, com um desprendimento e uma coerência que foram justamente reconhecidos no dia do seu funeral», escreve a ex-deputada, adiantando: «Soares parece não ser capaz de fazer o mesmo. É pena. O apego ao poder diminui os que dele padecem».
    Para Helena Roseta, a falta de candidatos a apresentar pela esquerda não é uma justificação para a eventual candidatura de Soares já que «há gente mais nova, a começar por Manuel Alegre».
    No artigo, a ex-deputada socialista defende que Manuel «Alegre tem um currículo cívico e democrático invulgar, uma larguíssima experiência política e uma reconhecida capacidade eleitoral».
    Adianta também que Alegre «esteve em todas as batalhas do socialismo democrático» e que «contribuiu decisivamente para todas as vitórias do PS» e «ajudou Sócrates a conquistar a maioria absoluta».
    «Alegre não está sozinho. Há muita gente que não se conforma com uma possível vitória de Cavaco ou com a falta de imaginação de uma recandidatura de Soares», diz.
    Para Helena Roseta, o regresso de Mário Soares «não é saudável para o regime republicano e laico que ele ajudou a construir».
    A possível candidatura de Mário Soares ganhou força com o apoio que recebeu do secretário-geral do PS, José Sócrates, que em declarações ao Jornal de Notícias, divulgadas a 24 de Julho, garantiu que o ex-Chefe de Estado terá todo «o apoio no PS e no país» se decidir entrar na corrida para Belém.
    Nesse mesmo dia, Soares divulgou um comunicado em que anunciou estar em reflexão sobre uma possível candidatura, reconhecendo que o apoio de Sócrates «muda as circunstâncias e tem um peso inegável», «por vir de quem vem e pelo que representa em si mesma».
    Na véspera, ao Público, Manuel Alegre afirmou que estava «disponível para enfrentar Cavaco Silva» nas eleições presidenciais de 2006."

    Diário Digital / Lusa

    terça-feira, agosto 02, 2005

    Aula...

    Aula

    Ir ou não a votos?



    Ao que parece uma larga maioria dos portugueses quer ir agora a votos (49%), em relação ao referendo do aborto. Era o argumento que faltava ao governo do partido socialista para avançar de uma vez com o referendo. Mas mais uma vez, a assim acontecer, vai ficar por fazer uma verdadeira discussão na sociedade portuguesa sobre a temática do "Aborto", mas mais grave ainda é que se corre o grave risco de não se ter os tão necessários 50% de participação, que se avizinha como o objectivo de muitos.
    E assim vai andando a nossa política, em que a discussão pouco interessa, ou pelo menos aquela que é ou devia ser importante para a sociedade Portuguesa, é mais um passo para o abismo politico deste país. Agora sim entramos no "Pantanal Politico".

    61 Anos



    Insurreição em Varsóvia:Jovens participam nas comemorações do 61º aniversário da Revolta da Varsóvia, a maior operação levada a cabo na Europa pela resistência à ocupação nazi. A revolta começou às cinco da manhã do dia 1 de Agosto de 1944 e durante nove semanas a guerrilha resistiu ao fogo cerrado das tropas nazis. No final do levantamento, 180 mil civis tinham sido mortos. A libertação chegou apenas em Janeiro do ano seguinte, com a entrada do Exército Vermelho na cidade. Foto: Radek Pietruszka

    segunda-feira, agosto 01, 2005

    Mário Soares para quê?

    "A pergunta é enfática mas, no caso, necessária o que levará um cidadão com mais de 35 anos, família, vida organizada, prestígio certo, a querer ser Presidente da República? À partida, pode ser a concretização de um sonho de infância, como aconteceu a Jorge Sampaio em 1996. Pode ser a esperança num prémio de carreira, convencendo um país que está mais à esquerda do que à direita, como aconteceu a Mário Soares em 1985. Pode ser o resultado de circunstâncias políticas excepcionais - a contenção de um regime militarizado -, como aconteceu a Ramalho Eanes em 1976. E pode ser um desvario populista, como aconteceria se um político como Santana Lopes se tornasse Presidente. Agora, quando Mário Soares medita sobre um provável novo mandato como Presidente da República, ninguém, na verdade, percebe porquê. Não se vê nada. Não pode ser um sonho de infância porque, com a sua idade, Soares concretizou todos os seus sonhos de infância. Não pode ser um prémio de carreira porque Soares já não tem uma carreira e, de resto, já por diversas vezes recebeu o seu. E não podem ser circunstâncias políticas excepcionais porque, se é verdade que o País está doente, não é crível que a cura esteja em Mário Soares nem, aliás, em qualquer outro putativo Presidente.O que nos deixa uma hipótese que devemos testar nos tempos que aí vêm o dr. Mário Alberto Nobre Lopes Soares quer ser o próximo Presidente da República com um motivo ainda mais rudimentar: para importunar, irritar e desestabilizar, por esta ordem, Cavaco Silva, José Sócrates, os "direitistas" do PS e o grosso da direita. Não há outra explicação. Soares não oferece nada de politicamente palpável para voltar à chefia do Estado, além de uma ocasional convergência com o histerismo antiamericano e antiglobalização do Bloco de Esquerda. A sua candidatura será por isso uma mentira.
    Pedro Lomba

    PS: Terá ou não terá razão nos motivos que levam Mario Soares a candidatar-se? A mim parece-me claramente que sim...